Voto NÃO porque não. Porque o NÃO me apetece. Porque estou farto desta Europa, velha, esclerosada e caquética, sem a dignidade que a idade confere, a abrir as pernas despudoradamente a oeste e a leste, de cú para o ar, de boca aberta, de cona global, feita puta, alimentando chulos, espalhando venérias, contaminando sonhos.Quem não a conhecer que a compre. Voto NÃO porque é o que me resta.
A energia gasta nos estádios, nos joelhódromos das igrejas e frente ao televisor é directamente proporcional à apatia com que vamos recebendo os sacrifícios impostos pela classe política, a mesma que sistematicamente tem fodido os cofres do Estado por desleixo, incompetência e corrupção e que é eleita sistematicamente por apáticos que, por sistema, não se importam que lhes vão ao cú.
Não tenho escrito nada. Ando preocupado. A obsessão do bom povo português em querer Cavaco na presidência (acontece aos esclerosados perderem progressivamente a memória recente) e a preocupação de Sócrates com as contas públicas. Mas de que valem as minhas preocupações se o Sporting vai jogar uma final europeia com a RTP transmitindo todo o dia o baile-mandado do JGabriel, o Festival da Canção e o Benfica a um passo de ser campião? Se perdermos o festival e os jogos, paciência. Para o ano há mais!